segunda-feira, 27 de julho de 2009

O guarda-roupa levado à cena

Por Eduardo Humbertto
Foto: Lilian Morais

Os atores Tiago Pimentel e Marly Magalhães interpretam vários personagens.

Já parou para pensar o que uma simples peça de roupa pode significar? Status, elegância, estilo, um modo de vida, uma característica pessoal, bom gosto sem contar que diz muito de nós. Mas o que para uma grande parte das pessoas não é motivo para se perder tempo nem muito dinheiro e sim estar bem consigo mesmo, já para outras tantas é sacrifício, gastos astronômicos e até mesmo questão de vida ou morte para se mostrar bem e que seu guarda roupa acompanha as últimas tendências, de um jeito ou de outro todos nós um dia já nos perguntamos: Com que roupa eu vou?

Esta indagação que nos persegue diariamente é o título do espetáculo que a Cia. de Teatro Palma trouxe aos palcos do Teatro Rondon Pacheco com recorde de público nos dias 18 e 19 do mês de julho. Com um humor apurado os atores Tiago Pimentel e Marly Magalhães sob a direção de Aryadne Amâncio, levaram à cena observações e sensações do dia-a-dia no que se refere ao modo de se vestir e como isso interfere na vida do ser humano brincando com o referencial de beleza que todos nós buscamos. Os esquetes foram escritos pelo ator Tiago Pimentel, e juntamente com a atriz Marly Magalhães desenvolveram a cena de forma exagerada permeando por momentos também de reflexões de maneira divertida e muito atual. Foram vários personagens, e claro, cada um com a sua particularidade ao se vestir e lidar com o seu guarda-roupa. A versatilidade dos atores foi um ponto a favor para o sucesso do espetáculo, principalmente por prender a atenção do expectador, e não levá-lo ao riso fácil.

O cenário traz peças de roupas em cabides pendurados e um imenso guarda-roupa no centro mais fundo do palco com quem os personagens travam uma batalha sutil no decorrer do espetáculo. Trás uma sensação de enorme variedade que é o que nos deparamos quando vamos escolher uma roupa, e o quanto às vezes fica difícil escolher um conjunto que cai bem com a ocasião.
A montagem está conectada com a sua temática até mesmo fora dos palcos, o público que compareceu com uma peça de roupa pagou meia-entrada, todo o vestuário arrecadado será entregue a uma instituição beneficente, fazendo do ato de ir ao teatro ser acompanhado de solidariedade.

Os atores são graduandos no Curso de Teatro da Universidade Federal de Uberlândia, é muito gratificante vê-los participando deste momento importante de efervescência cultural que Uberlândia está passando, atraindo um grande público e formando novos expectadores, espetáculos como este é um convite a voltar ao teatro regularmente e prestigiar a nossa produção local.

Fonte: Jornal CORREIO de Uberlândia, do dia 03/08/2009.
www.correiodeuberlandia.com.br


2 comentários:

  1. Melhor que fazer teatro é ver seu trabalho sendo reconhecido. O ator Eduardo Humberto, apaixonado pelo teatro, não deixa de prestigiar a arte e a dedicação de atores que juntamente com ele participam dessa efervescência cultural, colocando o fazer teatral em primeiro plano e valorizando o desempenho daqueles que dedicam suas vidas a arte. Obrigado pelo carinho!

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